quinta-feira, 2 de outubro de 2008

Cultura de Moda: Dandismo

O dandismo se constitui numa conduta humana e social que se fundamenta na justificação estética, e o dândi é aquele que leva sua vida baseado nesse preceito.

O vestuário masculino do século XIX era uma adaptação do traje de campo e esportivo do séc. XVIII. Foi o dândi que o transformou em estilo dominante, impondo uma estética que se opunha ao exagero de rendas, brocados e pó-de-arroz dos aristocratas pré-Revolução Francesa. Para Beau Brummel, seu criador, o novo estilo significava nada de perfumes. O papel do dândi implicava numa preocupação com o eu e a apresentação pessoal; a imagem era tudo.

Tipo narcisista, não abandonou a busca da beleza, apenas modificou o tipo apreciado, criando um novo erotismo masculino, com calças muito apertadas e o rosto sem pintura. O novo estilo tornou-se possível pelo uso da lã e do algodão em vez das sedas finas e cetins da velha aristocracia. Os alfaiates ingleses foram os primeiros a aperfeiçoar as novas técnicas de costura para tais tecidos. Vem dai a tradição de alfaiataria como corte inglês para traje masculino.

Sempre ligado às artes, em especial à literatura, o dandismo destacou-se por ser defendido entre grandes escritores como Oscar Wilde (foto), especialmente em sua obra O Retrato de Dorian Gray.

O dândi, como herói romântico apareceu em muitos romances ingleses do século XIX. No período da Regência, e através do dandismo se iniciou o uso das roupas pretas no traje masculino, porque o preto era uma cor apropriada para um ser maligno que o herói moderno tinha de ser e, para esse século, em luto por si próprio.

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